Programa seleciona startups de biotecnologia

Téo Scalioni - 28-08-2020
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Estão abertas as inscrições para a 3ª Edição do Programa de Desenvolvimento de Negócios, promovido pelo BiotechTown, que procura startups de todo país interessadas em participar do programa de aceleração, que tem como objetivo profissionalizar bionegócios, em busca de expandir o mercado e criar soluções em saúde que cheguem à sociedade.  Cada startup aprovada receberá uma série de incentivos, como o aporte financeiro de R$150 mil para o desenvolvimento do negócio, investimento indireto de outros R$150 mil em consultorias e mentorias, além de R$100 mil convertidos em horas de uso da infraestrutura laboratorial e de produção, por meio do Open Lab e do CMO do BiotechTown. Benefícios que são acompanhados pelo uso livre do coworking e de apoio na criação de networkings.

Para participar, as startups interessadas devem possuir, preferencialmente, um produto ou tecnologia com prova de conceito laboratorial, comprovação científica ou mínimo produto viável (MVP), podendo ou não estar sendo comercializado. Essas soluções devem ser aplicadas à biotecnologia (genômica, produtos farmacêuticos, biomarcadores, insumos para diagnóstico, tecnologia celular), dispositivos (equipamentos médicos, tecnologias assistivas, testes e equipamentos para diagnósticos, sensores) ou digital health (telemedicina, tecnologias com uso de analytics, big data, cloud, rastreabilidade, interoperabilidade de sistemas). O ciclo do programa terá uma duração de 12 meses.

Com o total de 13 empresas selecionadas nas duas últimas edições, o Programa de Desenvolvimento de Negócios do BiotchTown oferece uma metodologia própria e validada.  Além disso, possui uma equipe composta por especialistas em biotecnologia, empreendedorismo e inovação que trabalham de maneira hands on com as empresas, apoiando nas principais decisões estratégicas e possibilitando conexões com investidores, parceiros e clientes para criar oportunidades reais de negócio. "Entendemos que o programa do BiotechTown é uma grande oportunidade para a profissionalização e expansão de startups.

Além de especialistas em empreendedorismo e inovação, contamos com profissionais que vieram do meio acadêmico e dedicaram grande parte de suas carreiras à pesquisa”, acredita Bruno Andrade, CEO do BiotechTown, reforçando que esses fatos, somados à maturidade do programa, ao aporte financeiro realizado e à possibilidade de acesso a infraestruturas laboratoriais e de produção, aumentam consideravelmente a possibilidade de sucesso das startups participantes

Quem já participou do programa concorda com as colocações de Bruno.  É o caso da Celluris, uma das startups aceleradas pelo BiotechTown na segunda edição do programa, que pretende se tornar a primeira empresa da América Latina a desenvolver tratamento personalizado para pacientes oncológicos por meio da imunoterapia por CAR-T - células de defesa do organismo, que são extraídas e moldadas em laboratório para combaterem o tumor. “O grande valor do BiotechTown para nós foi, desde o início, mostrar dentre os nossos processos não só técnicos, o que poderíamos fazer para se constituir como uma empresa. O BiotechTown faz junto com você. É como se você tivesse aumentado a equipe”, afirma a diretora executiva de pesquisa e desenvolvimento, Patrícia Rozenchan. Com o fim do ciclo de aceleração, segundo a Patrícia, a Celluris saiu muito diferente do que entrou, com perspectivas para conseguir um investidor e garantir que as terapias desenvolvidas possam chegar à população como um todo.

Patrícia explica que a técnica desenvolvida pela Celluris é baseada na modificação das células do próprio paciente, que passam a reconhecer as células tumorais como alvos, combatendo-as de forma precisa, sendo, assim uma terapia sob medida. Uma tecnologia inédita e menos agressiva no combate ao câncer. E o tratamento ganha um novo impulso com a recente aprovação do marco regulatório para registro de produtos de terapia avançada no Brasil, estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de acordo com o qual foram criadas normas regulatórias garantidas pela comprovação de segurança e eficácia desses produtos.

Um passo importante para o surgimento de novas terapias que, segundo Patrícia, permite que tratamentos, como o desenvolvido pela Celluris, sejam implementados no Brasil. Uma iniciativa que, nas palavras da diretora, faz com que produtos de terapia avançada possam não só serem regulamentados, mas também desenvolvidos no País. “Por isso, desde o começo da Celluris, a empresa sempre atuou próxima à Anvisa, por ser muito importante que suas pesquisas estivessem embasadas no que o órgão estava preconizando em termos regulatórios”, afirma. 

Um espaço para desenvolver a biotecnologia 

 Localizado em Nova Lima-MG, o BiotechTown é um hub de inovação voltado exclusivamente para o desenvolvimento de empresas, produtos e negócios nas áreas de biotecnologia e ciências da vida. Apoiado em conhecimento científico, tecnológico e de mercado, o BiotechTown atende a bionegócios de todos os portes em suas diferentes fases, da pesquisa ao go to market e expansão de mercado. Além disso, oferece acesso desburocratizado a infraestruturas próprias de laboratório e planta de produção, bem como coworking e salas para empresas do segmento, em um ambiente que promove conexões e impulsiona o ecossistema.

Estrutura criada para conectar empresas, pesquisadores e investidores, fornecendo todos os recursos para o desenvolvimento de bionegócios em todos os níveis. O hub é fruto da parceria entre o Governo do Estado e Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) e sua agência de inovação, a Fundep Participações (Fundepar), e conta com o apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Associação Nacional de Empresas de Biotecnologia (Anbiotec) e do projeto CSul – Desenvolvimento Urbano.

Para informações e inscrições acesse aqui.