Projetos apoiados pela FAPEMIG concorrem internacionalmente

Bárbara Teixeira - 25-05-2023
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Três projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG estão entre os finalistas na segunda edição do Prêmio Euro Inovação na Saúde. Com o tema “Ideias inovadoras e soluções que transformam vidas”, a iniciativa é uma realização da farmacêutica Eurofarma e prevê um milhão e cinquenta mil euros em prêmios para 12 vencedores. Mais de 700 trabalhos foram inscritos, de 17 países da América Latina. Desses, apenas 60 tornaram-se finalistas.

Dentre esses estão os projetos apoiados pela Fundação: as vacinas Calixcoca, para tratar pessoas dependentes em cocaína e crack, e a SpiN-TEC, imunológico totalmente brasileiro contra todas as variantes do SARS-COV-2, ambas desenvolvidas por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e o tratamento fitoterápico criado para o controle da diabetes mellitus e da obesidade, elaborado por pesquisadora da Universidade de Uberaba (Uniube). As iniciativas foram aprovadas em chamadas da FAPEMIG e receberam recursos para o seu desenvolvimento, sendo consideradas ações inovadoras e com potencial de grande impacto.

Combate ao vício

A vacina Calixcoca destaca-se por sua formulação inovadora que pretende solucionar um grande problema de saúde pública na atualidade: o vício em crack e cocaína. A vacina terapêutica, idealizada pelo pesquisador Frederico Garcia, do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG, ainda está em fase de estudos, mas a fase pré-clínica já comprovou sua segurança e eficácia para o tratamento. O medicamento também preveniu consequências aos bebês expostos às drogas ainda na barriga das mães. 

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Pioneirismo

A SpiN-TEC é uma vacina pioneira, sendo a primeira a ser desenvolvida com insumos totalmente nacionais. Criada por pesquisadores do CT Vacinas, da UFMG em cooperação com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o seu propósito é estimular a imunidade celular a longo prazo contra todas as variantes da covid-19. A iniciativa revoluciona o modo como os cientistas brasileiros fabricavam vacinas, sendo que os resultados inovadores e a tecnologia desenvolvida podem ser replicados a outros imunológicos no Brasil. 

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Diabetes sob controle

Já o tratamento de diabetes mellitus e obesidade por meio de terapia fitoterápica é uma iniciativa coordenada pela pesquisadora Fernanda Oliveira Magalhães, da Uniube, que já obteve resultados significativos nos testes propostos, além de gerar um pedido de patente em 2009. O produto fitoterápico foi extraído de uma planta típica do cerrado brasileiro associada a uma planta de origem indiana que promoveu o controle do peso em animais diabéticos. Atualmente, os estudos se ampliaram para abranger a diabetes tipo 2.

O prêmio

Serão concedidos prêmios aos três primeiros lugares nas categorias “Inovação tecnológica aplicada à saúde”, “Inovação em terapias”, Inovação em processos relacionados à saúde” e “Inovação social e sustentabilidade em saúde”. Os critérios de avaliação envolvem o grau de inovação, de relevância e impacto, consistência científica e metodológica, abrangência potencial e escala e contribuição do recurso do prêmio para a iniciativa.

Os ganhadores dos primeiros lugares receberão um valor de 50 mil euros para investirem em suas pesquisas. O primeiro grande destaque contará com uma quantia ainda maior, de 1 milhão e 50 mil euros, além de receberem troféus e honrarias. 

Para o Brasil, a premiação será um aporte importante para o desenvolvimento dos tratamentos inovadores que já geram um grande impacto para a sociedade. A votação está aberta até o dia 27 de junho, sendo que apenas médicos e médicas podem participar. A divulgação dos ganhadores acontecerá entre agosto e setembro deste ano.

Saiba mais em https://premioeuro.com/ 


Créditos da imagem: CTVacinas/UFMG